O papel da alimentação na redução de dores comuns

Você sabe os efeitos que a alimentação pode causar na redução de dores comuns?

Talvez a relação entre esses dois temas, alimentação e dor, não pareça direta em um primeiro momento, mas na realidade, a alimentação é uma aliada no combate à dor.1

O consumo de uma dieta pobre em nutrientes é uma das principais causas de doenças em todo o mundo, além de ser o principal fator que pode predispôr a doenças – no entanto, é também um fator que pode ser modificado.2 Afinal, o peso e a alimentação têm impacto direto no risco de desenvolver e/ou na gravidade de muitas doenças crônicas (por ex.: doenças cardiovasculares, diabetes, ansiedade, depressão) que muitas vezes podem causar também dor crônica, ou podem acontecer ao mesmo tempo que a dor.2

As intervenções na nutrição têm efeito significativo na redução da dor2

A afirmação acima foi extraída do documento “Nutrição e Dor Crônica”, da Associação Internacional de Estudo da Dor, a IASP.

As chamadas intervenções de estilo de vida, que incluem adotar uma alimentação balanceada e rica em nutrientes, são partes fundamentais de diversos tratamentos. A dor crônica, por exemplo, é associada com peso elevado, ao risco de diversas doenças e também com dietas que não fornecem as necessidades nutritivas diárias.2

Além desses aspectos, nossa alimentação pode melhorar a função do sistema nervoso, do sistema imune e também do endócrino, o que tem impacto direto nas experiências de dor. E mais: perder peso ou manter um peso sadio reduz a carga nas articulações, o que reduz inflamações.2

Outra coisa que pode acontecer e impactor nossa alimentação é que, quando estamos doentes ou com alguma dor, pode ocorrer também limitação de mobilidade ou força, o que pode afetar nossa capacidade de comprar, cozinhar e preparar refeições, inevitavelmente comprometendo a qualidade de nossa dieta.2

Para cuidar de sua alimentação e ainda ajudar com o controle da dor, veja algumas dicas a seguir:2

Sua alimentação pode evitar a deficiência de vitaminas e minerais. Em geral, pessoas que sentem dor têm deficiências nutricionais de vitamina D, B12 e de magnésio.2

A vitamina D é obtida principalmente da exposição ao sol, é um antioxidante e associada à fadiga muscular. Já a vitamina B12 têm função em processos neurológicos relacionados à dor, e o  magnésio é associado a espasmos musculares, inflamação e dor.2

Dez a quinze minutos de sol nos braços e nas pernas durante a maior parte dos dias da semana é uma exposição que pode atender às necessidades diárias de vitamina D da maior parte das pessoas.2

Para que sua alimentação inclua todas as necessidades de vitaminas e minerais, prefira uma alimentação bastante variada em nutrientes. Carnes, peixes e laticínios são boas fontes de vitamina B12. Ovos e peixes são fontes de vitamina D e legumes verdes e grãos integrais têm magnésio. Se optar por tomar suplementos, consulte sempre um profissional de saúde ou nutricionista antes.

Mantenha a hidratação1,2

A hidratação é importantíssima para o funcionamento e a cura do organismo. Afinal, a água é essencial para a circulação sanguínea, circulação de nutrientes e também para eliminação de resíduos que influenciam tanto na cura, como na dor.2,3

Em especial após uma cirurgia, ou em casos de dor muscular ou das articulações, a hidratação pode ajudar a reduzir a dor, além de proteger as articulações e os músculos.3

A desidratação expulsa fluidos dos tecidos, o que causa dores no corpo como um todo. Ela também pode aumentar a sensibilidade à dor.2,3

Adote o hábito de beber 2 a 3 litros de água ao dia. Inclua pequenas, porém frequentes quantidades  entre as refeições, ou inclua alimentos com quantidade considerável de água, como sucos, sopas e caldos. Use uma garrafa todos os dias e leve-a a seus compromissos para garantir a meta de ingestão diária de água, afinal uma das formas mais fáceis de reduzir a dor é aumentar a ingestão diária de água.2,3

Ingira fibras, pois elas são importantes para a digestão e para a manutenção de um microbioma sadio e também para manter o peso corporal. Ao aumentar a ingestão de fibras, é importante aumentar também o consumo de água, pois fluidos e fibras atuam em conjunto para a saúde do estômago e do intestino.1

Por último, evite o consumo de alimentos ultraprocessados e acúçares, pois eles contêm poucas quantidades de nutrientes benéficos, e podem aumentar a inflamação e oxidação, o que pode agravar as experiências de dor. O alto consumo desses alimentos pode levar a aumento do risco de doenças cardiovasculares e diabetes.2


Referências

1 Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Disponível em: https://www.sbcm.org.br/v2/index.php/not%C3%ADcias/1091-sp-1841400569. Acessado em 1 de setembro de 2024.
2 International Association for the Study of Pain. Disponível em: https://www.iasp-pain.org/resources/fact-sheets/nutrition-and-chronic-pain/. Acessado em 1 de setembro de 2024.
3 Pain Treatment Centers of America. Four tips to avoid dehydration. Disponível em: https://www.ptcoa.com/tips-to-avoid-dehydration-pain-relief#:~:text=Proper%20hydration%20can%20help%20reduce,daily%20intake%20of%20clean%20water. Acessado em 1 de setembro de 2024.

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